quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Estar na linha de largada já é uma vitória. O resto é plus.


Às vezes, uma bela desistida antes de uma prova é o melhor a fazer. Por vários motivos: não conseguiu treinar o suficiente, se machucou, a grana encurtou, o plano mudou. Depois de muito refletir e considerar, às vezes a gente chega à conclusão de que desistir é o mais justo.


O atleta que "samba" todo dia pra dar conta do trabalho, família, convívio com amigos, trânsito, falta de tempo, dinheiro, etc e ainda consegue espremer aquele treininho no meio disso tudo, quando está presente na linha de largada de uma prova, já é um vencedor.


Muitas coisas podem acontecer no meio do caminho, entre a inscrição de uma prova e chegar o grande dia há uma infinidade de variáveis que podem "despirocar" e tudo pode vir por água abaixo.


Natascha Badmann, 6 vezes campeã mundial do Ironman do Hawai, disse uma vez numa entrevista que, para ela, a parte mais massacrante do triathlon eram os treinos, a monotonia, o cansaço acumulado, as dores. Disse que no dia da prova era só alegria, era a parte mais divertida. Talvez por isso mesmo ela sempre competia (compete ainda) com um famoso sorriso no rosto.

Em 2004 ela chegou em segundo lugar no Hawai, sendo que ela tivera um dia de competição perfeito, tinha dado tudo certo e ela tinha se sentido muito bem. Chegou comemorando e distribuindo sorrisos. Quem chegou em primeiro lugar foi a alemã Nina Kraft, seu desempenho fora espetacular, muito acima de todos os seus últimos resultados, ultrapassou vários homens. Não foi surpresa quando, mais tarde, Nina Kraft foi pega no exame anti-dopping pela substância EPO, perdendo o título e sendo banida por 2 anos do circuito Ironman. É claro que um título de campeã mundial é sempre sinônimo de vantagens financeiras para o atleta, patrocínios mais gordos, etc. Mas será que para a Natascha fez muita diferença ter chegado em primeiro ou em segundo? Ela comemorou muito com seu marido-técnico e estava verdadeiramente feliz na entrevista pós-prova. A impressão que deu foi de que, para ela, ter feito o que ama de forma prazerosa já foi satisfatório. Receber,meses depois, o título mundial, realmente foi um plus.


Tenho visto muita gente extremamente ansiosa para uma prova de triathlon, principalmente se é uma nova distância, um novo desafio. Até aí ok, quem não fica ansioso em véspera de prova? Sabe-se lá o que o dia de competição trará. Mas se você se preparou, conseguiu cumprir os treinos no meio do turbilhão de compromissos do dia a dia, não ficou doente, não se machucou, enfim, se não desistiu por ordem do imponderável, está na linha de largada esperando a buzina, meu caro ou minha cara atleta, já é uma vencedora, pode começar a sorrir e a curtir tudo, porque todo o resto que vier a acontecer na prova (inclusive terminá-la) será plus.

9 comentários:

  1. A ansiedade tem a ver com a novidade! A "primeira vez".

    Depois, acredito que até dê pra olhar com certo distanciamento, ser mais racional.

    Há quase dois anos vivo meu primeiro ironman quase que diariamente. E olha que ainda faltam 6 meses pra acontecer. Bom? Ruim? Não sei. Talvez os dois, mas acho que faz parte e não tem como evitar.

    Também concordo que o negócio é se divertir, mas sei que vou estar muito ansioso em Floripa no ano que vem, assim como estava em Penha neste ano .

    Paciência com os "novatos"......hehehehe.

    Bjos

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  2. Excelente e muito oportuno post. Muito legal seu blog. Já tive tantas contusões que só de conseguir estar treinando sem me machucar já tem sido uma grande vitória. Bacana a história da Natascha. O 2º pode significar o 1º quando conseguimos fazer aquilo que planejamos...
    abraço,
    Sergio
    corredorfeliz.blogspot.com

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  3. É Daniel....vai ficando velhinho vai ficando mais ansioso é? rsrsrs Feliz aniversário!

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  4. EEEEEEEEeeeeeeee ela voltou a escrever! Legal, é isso mesmo! Poder largar, já é uma vitória. Entendo que as pessoas fiquem tensas na estréia e pode ser até uma tensão saudável, que deixa a gente ligado pra não esquecer nada. Só não pode é começar a perder o sono muitas noites antes, pq aí vai atrapalhar a curtição da prova.

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  5. Pô, Thelma! Se eu tivesse lido este post antes, teria conversado a respeito com vc hoje na piscina.
    Eu meio que desencanei de fazer Pirassununga, justamente por não ter treinado direito e não ter grana sobrando. Mas fico em dúvida, pois, mesmo já tendo feito tantas provas, ainda sinto aquele friozinho na barriga e uma pequena ansiedade na semana anterior.
    E mais: eu sei que, por mais que eu sofra durante a prova, a diversão é sempre garantida no final!
    Valeu pelo texto. Vc me fez repensar!
    Beijos.

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  6. Excelente texto. Toda largada tem que ser um celebração do que passamos para chegar até ali.

    Abraço e bons treinos.

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  7. Puxa, Thelma, foi quase me chorar agora (só não o fiz porque estou no trabalho). Treinei muito desde agosto. Passei fome e minha esposa está chateada por eu ter dormido em todos os nossos eventos sociais (até na missa e em buffet infantil). E esta muito dificil esperar para chegar domingo (21.11) para correr minha primeira prova de 42km. Advinha o que acontece quando fico ansioso? Isto mesmo, como igual a uma égua velha, sem dente, diante de uma raçazinha na boca.

    Valeu por este post.

    Eu precisava de uma yoga e um grampo na boca.

    Obrigado por este post: Um alento!

    Um abraço do ansioso Claudio Dundes

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  8. Claudio!!!! Faltando tão pouco tempo para o grande dia eu te diria que é muito justo que você se permita umas alegrias gastronômicas...mas veja bem, sem avacalhar com a gordura! Que delícia uma maratona! Quando vc chegar nos 21k vai pensar : "yeah!!! ainda tenho mais 21k de curtição!". Não leve tudo muito a sério, é sua primeira vez e a gente sempre faz cagada na primeira vez. Boa sorte lá em Curitiba!!!! Vamo...vamo...vamo! rsrs

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  9. Gostei do pensamento, será com que ele que eu VOU CONSEGUIR segurar o pace mais lento (se me visse corredo riria disso) nos primeiros 21.
    Agora é esperar pela festa mesmo. Valeu!!!

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