segunda-feira, 29 de março de 2010

Primeira etapa do TB 2010 e vida nova para a tripateta


Ontem foi dia de Troféu Brasil em Santos, pouco sol mas quente e húmido, um domingo típico de Santos nessa época do ano.

Foi minha primeira prova de triathlon desde que levei um "trombo" da vida. Fiz na distância short, só para matar a saudade e para ver como estava a máquina depois de alguns meses sem pedalar e treinando ao sabor do vento. E não é que a tripateta ainda está, como diria um amigo, "up and running" ? Terminei em 1h10, fui a primeira amadora a cruzar a linha de chegada, mas o melhor foi que eu me senti muito bem e me diverti muito.

No entanto a tripateta vai tirar uma folga bem prolongada para poder cuidar de outros setores da vida que ficaram negligenciados por muito tempo. Isso não significa que me transformarei em uma sedentária (vou fazer a maratona do Rio em julho, que não é uma corrida qualquer), mas os treinos terão um significado diferente para mim, quero que o esporte seja uma fonte de saúde e não de stress. Já competi demais no triathlon, agora quero mudar o foco. O triathlon é maravilhoso, dinâmico, a gente está sempre querendo se superar, melhorar a técnica na natação, na bike, na corrida, mas (e talvez por isso mesmo) exige dedicação demais e quando não estamos treinando ou trabalhando, estamos cansados. Estou dizendo adeus a esse clube.

Ainda tenho a vontade de fazer o Ironman do Hawai, um dia tentarei novamente. Agora a guerreira quer descansar para dar espaço para a outra Thelma florescer (essa foi profunda hein ?) Acho que tudo isso é o resultado dessa "trombada", me fez repensar tudo e redefinir prioridades.

Mas meu amor pelo triathlon (e pelos esportes em geral) continua intacto, vou seguir acompanhando tudo, lendo artigos, revistas, blogs e escrevendo nesse singelo blog que tanto adoro.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Abertura do circuito Corpore

Ontem foi a corrida de abertura do circuito Corpore, 10.5km e 5km. Essa medida 10.5km foi o resultado de uma obra que está sendo feita lá dentro da Cidade Universitária e da nova reitoria da USP que limitou o percurso a apenas algumas ruas. Então a prova, que era tradicionalmente de 12km, caiu para 10.5km. Foi o máximo que conseguiram, e olha que boa parte da corrida se dá fora dos portões da USP, na av. Politécnica, a gente faz vários retornos. O legal dos retornos é que dá pra ver os primeiros colocados passando, eles e elas voam! É muito bonito ver quem corre com técnica, parece que eles nem estão fazendo força.
A prova começaria as 8h, cheguei as 7h na barraca do Marcos Paulo (MPR, assessoria que me orienta nos treinos) e comentei com um dos treinadores que na minha planilha eu tinha 20k para serem completados, que minha idéia era fazer o percurso duas vezes. Ele acabou me convencendo a fazer 5k de aquecimento (já que eu tinha chegado cedo, dava tempo), fazer força na prova e depois soltar mais 5k. Assim fiz, foi melhor mesmo, que hoje não estou nem um pouco dolorida. É sempre bom soltar depois de uma prova ou treino forte, a gente elimina um monte de toxina e já vai relaxando a musculatura.

O tempo estava sinistro quando acordei ontem, correr com chuva é programa de índio na certa, mas fui indo, cheguei na prova e tudo bem. S. Pedro estava colaborando, por quanto tempo ? Bem, depois do aquecimento, fui procurar meu lugar na largada, ela estava toda dividida em ritmos, os corredores tinham pulseiras coloridas que indicavam o setor em que eles deveriam se posicionar. Eu não tinha pulseira nenhuma. Ferrou, pensei comigo, meu kit veio sem a bendita pulseira e eu não percebi, agora vou largar lá no fundão. Antes de entregar os pontos, fui falar com uma pessoa da organização, fui com uma voz de chorona, olha, tô sem pulseira....já esperando uma bela bronca e eis que surpresa! Eu realmente não tinha que ter pulseira mesmo, meu número era da elite C!!! Fui promovida!!! Toda "me achando", agora confiante e de sorriso no rosto, me dirigi ao local de largada da elite. É muito luxo. Sem empurra-empurra, espaço grande para aquecer e se posicionar. Mas a visão que se tem dos primeiros não-elite é assustadora, eu fiquei bem na lateral para não ser atropelada e eles vieram com tudo mesmo. O legal foi correr a prova toda com um pessoal com um ritmo forte e quase sem ultrapassar ninguém, a gente consegue manter uma reta. Apesar da "manada" que saiu desembestada na nossa cola, a experiência foi legal, eu diria que eu gostei do luxo.

Tive dois acompanhantes de ritmo durante a prova, um até o km 6 e outro nos últimos 2k. O primeiro me acompanhou acelerando e desacelerando, uma hora ele me passava e outra ele ficava pra trás. Até que numa ultrapassagem eu falei : "Vamos! Mantenha o ritmo constante" e ele resmungou : "não dá, tô resfriado". Sei. O segundo estava acomodado quando eu passei por ele, ele veio junto, eu acelerei e ele veio junto. Aí comecei a cansar...as pernas pesaaaadas, senti um pouco o treino do dia anterior que não tinha sido fraco, 60k de bike + 5k de corrida, mas olhei no GPS e o ritmo estava forte e constante, 4min/km, aí meu parceiro foi pras cabeças e eu fui... pras cucuias, sem condições de acompanhar o homem, ele foi embora, caramba! De onde ele tirou todo aquele gás ? No mímino fez a prova toda na moleza né...mas na chegada ele veio me cumprimentar e elogiar, um gentleman.

Inclusive, uma notinha rápida : eu cruzei a linha de chegada, já com um copo d'água me hidratando, chip mamão, um rapaz se aproxima com os óculos embaçados e molhados da chuva e me fala : "Olha, eu apostei com a minha esposa que eu ganhava de você, era fácil te ver com esse shorts pink, mas eu não só perdi a aposta como perdi FEIO". Eu cuspi a água que estava na minha boca pra rir, que figura!

Sim, choveu. Sim, meu tênis ficou encharcado. Sim, eu fiquei com frio. Não, não foi um programa de índio! Me diverti muito, fiz um esporte que amo, dei muita risada, revi amigos e conheci gente alto-astral. Imagina se, ao acordar e ver o dia cinzento e carrancudo eu tivesse ficado com preguiça e ficado na cama ? Não teria vivido nada disso...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Corrida de rua


Para mim foi onde toda a brincadeira esportiva começou : nas corridas de rua. A primeira foi a corrida de revezamento do Pão de Açúcar, na época era na USP ainda. Maior confusão, um mundo de gente se espremendo na Cidade Universitária. Foram 5k. Mas sofri hein ? Caramba...peito queimando, suando em bicas, pra variar, mas fechei os 5k sei lá pra quanto, não lembro mais (ainda bem). Fui com um pessoal da academia que eu frequentava na época, treinei na esteira e em volta do campo de futebol do meu clube (não digo qual clube porque eu torço pro time arqui-rival). Fui do corre-anda-corre para o tchuc-tchuc em pouco tempo. Eu adorei tudo na corrida. Principalmente a energia dos corredores, aquela organização toda pra fazer as trocas, quem faz qual trecho.

Fui picada pelo bichinho da corrida e entrei no circuito da Corpore, provas super bem organizadas, dava gosto. Meus primeiros 10k foram a prova que se chamava São Paulo Classic, saía próximo ao Ibirapuera e ia em direção ao aeroporto. Percurso pesadinho, algumas subidas fortes. Eu participava de quase 2 provas por mês mas não tinha orientação para os treinos, então eu não melhorava, só conseguia terminar. Mas com sorriso no rosto.

E as largadas ? As largadas das corridas de rua são demais, eu sempre me emociono, no meio do povão, olhando em volta e vendo aquele mar de gente, uma vibração de saúde e alegria indescritível. Mas tem os desesperados que chegam tarde e depois ficam se espremendo nas brechas entre os corredores para irem mais um pouco pra frente. Meu, acorda mais cedo! Mas tudo bem, já entendi que isso também faz parte do ritual da largada.

Depois do sufoco das primeiras passadas a gente encaixa o ritmo e vai curtindo, vendo o pessoal que está assistindo, os malucos de plantão (sempre tem um), com algum detalhe espalhafatoso ou singular (pra ser educada), inclusive, nesse quesito, a São Silvestre é imbatível. Até que alguém chega junto pra ir no mesmo ritmo que você. Isso é um barato, não teve, até hoje, nenhuma corrida de rua que eu participei que alguém não chegasse do lado pra correr junto e marcar o ritmo. A companhia também foi sempre alto-astral. Eu só não gosto de corredor que chega perto, meio que atrás, e fica respirando forte, fungando com muito barulho. Isso não dá, eu perco a concentração e fujo, aumento o ritmo pra escapar do chato. Às vezes o mala não se toca e aumenta o ritmo também, aí eu mudo de tática, diminuo o ritmo pra quase uma caminhada. Essa é infalível, o carrapato desiste.

Uma coisa que eu adoro também nas corridas de rua são os técnicos das assessorias menores, se vê que são ex-corredores. Eles ficam próximos a chegada, tipo uns 2 k antes de chegar, quando os corredores estão no último fio de fôlego e pernas, onde a cabeça vale muito mais que o físico. Eles ficam lá corrigindo erros de postura e chamando a galera nos brios e não é só dos atletas deles, eles chamam a atenção de todo mundo que eles acham que estão se esforçando, eles não aguentam, aposto que se pudessem, eles entravam na corrida e terminavam marcando o ritmo pra cada um. Uau, isso é muito show e só de lembrar me arrepia. Um beijo enorme pros técnicos-corredores que ficam nos últimos kms dando força pro pessoal, vocês são o máximo. E funciona, a gente tira energia não sei de onde e vai pro sprint final.

A chegada é delícia, ufa! Missão cumprida, objetivo completado. "Chip mamão" ou melhor, chip na mão...aliás, tirar o chip é a pior parte da corrida, é a manobra mais difícil, como dói tuuuuudo... Os novos e os velhos amigos se encontram e contam suas peripécias, a gente dá muita risada, alonga um pouco e a pergunta que não quer calar se materializa no ambiente : qual vai ser a próxima ?

Esse domingo, dia 21/03 tem a corrida de abertura do circuito Corpore na USP, eu estarei lá para fazer os 10.5 km....duas vezes! Estou treinando pra maratona...

quinta-feira, 4 de março de 2010

Treinando no rolo

Para os que não conhecem, rolo é um equipamento utilizado para tansformar sua própria bicicleta em uma bicicleta estacionária. Ele pode ter 3 rolos de aço (dois para roda de trás e um para roda da frente e assim a bike fica solta) ou 1 rolo só que é acoplado na roda traseira mantendo a bike presa. O treino no rolo é legal porque você pode usar sua própria magrela e pode fazer as mudanças de marchas deixando o exercício mais pesado ou mais leve. Eu tenho um rolo que prende na roda traseira (não tenho condições de pedalar solta em 3 rolos de aço, sou triatleta e não artista de circo). Mas o rolo é muito utilizado em países com inverno rigoroso, o atleta pedala durante a semana no rolo e nos finais de semana vai para a estrada no horário mais quente (quando dá, porque às vezes o horário mais quente ainda é muito frio ou está nevando).

Bem, aqui no brasil, a gente usa muito quando chove ou quando simplesmente não pode pedalar solto por aí, que é o meu caso. Por enquanto. Tenho data marcada para sentir o vento da natureza (não do ventilador) no meu rosto novamente.

Vou fazer o Troféu Brasil de triathlon na distância short no dia 28/03 e até lá preciso já ir treinando bastante rolo porque só terei 7 treinos com a bike no chão.

Monto minha bike no quartinho no fundo do meu quintal, coloco um vídeo no meu computador (de preferência algum Ironman do Hawai ou um vídeo do Tour de France). Coloco um ventilador voltado para o meu corpo (porque eu suo pra caramba...peguem um pessoa que vocês conheçam que sue muito. Eu suo 3 vezes mais). Ponho uma toalha em cima da bike e uma no chão. Caramanholas com água e CarbUp. Tudo pronto : faço até 1 hora de treino. Mais que isso é prejudicial ao joelho. Porque quando pedalamos na rua, temos o jogo da bike para as laterais de acordo com a pedalada, no rolo não, o joelho segura tudo. Esse é meu "bike workout simulator" :


Outra coisa legal de se pedalar no rolo é a constância da pedalada, sem curvas nem descidas que fazem a gente parar de pedalar na rua, no rolo o exercício é mais intenso. Por isso também não é necessário ficar várias horas pedalando nele.

Nunca gostei muito de fazer rolo, muito monótono, mas ultimamente tenho me divertido bastante. Acho que é a perspectiva de voltar a pedalar na rua já com algum treino nas pernas, sei lá. Mas é muito bom treinar em casa, sossegada, na hora que quero, sem perigos, sem precisar madrugar. Terminou o treino, tomo aquele banho, café-da-manhã e bora trabalhar. Que delícia. Fico o dia inteiro de sorriso no rosto. Tenho pensado seriamente em manter 1 treino de bike da semana no rolo, mesmo depois que puder voltar a pedalar na rua. Resta saber se vou preferir mais esta visão:

ou esta :

(tudo bem que a USP ou qualquer estrada de São Paulo é UM POUCO diferente da imagem acima, mas é só para um efeito comparativo. By the way, esse lugar se chama Toscana, fica na Itália. Deve ser muito triste pedalar aí)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Faltam 9 dias para a alforria

No dia 8/12 de 2009 fui diagnosticada com uma TVP (trombose venosa profunda) nas veias poplítea e fibular da perna esquerda. O trombo (coágulo sanguíneo) era pequeno e estava na panturrilha, na altura do joelho. Depois de 2 meses fazendo o tratamento com anticoagulantes, usando meias de compressão e fazendo exercícios leves, meu médico pediu um novo doppler venoso para ver como estavam as veinhas. E eis que....não tinha nenhum sinal mais de trombose recente ou antiga. Sumiu. O médico que fez o ultrassom ficou abismado, disse que foi a recuperação de TVP mais rápida que ele já presenciou. Se ele não tivesse visto o exame anterior, ele disse que não acreditaria que eu tive realmente uma trombose. Nem preciso dizer que saí da sala de exame com um sorriso colado no rosto e o coração aos saltos. Uau, pensei comigo, será que meu médico vascular vai me liberar logo...

O exame ficou pronto, o dia de ir na consulta médica com meu vascular chegou...aiaiai. Que frio na barriga. Entrei no consultório, meu médico pegou os exames, silêncio dos infernos...ele olhava o exame antigo, marcava alguns termos do laudo com a caneta marca texto, pegou o exame que eu acabara de fazer e mais marca texto...aí ele falou : “é, parece que sua trombose desapareceu completamente. Inacreditável. Vou diminuir então seu tratamento que era previsto para 6 meses, pela metade. Você vai ficar apenas 3 meses tomando o anticoagulante. Você começou lá pelo dia 10 de dezembro, então vamos tomar até 10 de março. Depois de 15 dias, vamos fazer uma pesquisa de trombofilia. Mas acho que você não tem." Trombofilia é uma disposição genética que o sangue tem para formar trombos, são vários os fatores, no meu pedido de exame tem uma pancada de nomes e itens a serem pesquisados. Bem, nem preciso dizer que saí de lá nas nuvens, agradeci ao meu médico umas 500 vezes, ele já estava até meio sem graça. Mas gente, FALTAM APENAS 9 DIAS PARA MINHA ALFORRIA! Isso significa que vou poder voltar a pedalar e treinar triathlon, minha grande paixão! Uhu!

Ontem foi dia de Triathlon Internacional de Santos. Fui lá para nadar com a mulherada e acabei nadando e correndo um pouco. Mas o mais legal foi que eu fiquei pilhadaça com o clima de competição. Minhas maiores adversárias e amigas (é isso mesmo, já faz tanto tempo que a gente compete e se encontra nas competições que acabamos ficando amigas mesmo) me deram a maior força. Todas elas, sem excessão, também já tiveram problemas de saúde e precisaram parar por uns tempos, elas retornaram mais fortes do que antes da parada. Isso me encheu de energia, de uma forma que hoje cedo, segundona chuvosa com essa friaca, acordei as 5 da madruga e fui pra academia nadar e muscular. Nossa, tô voltando! Já disse isso uma vez num post antigo, mas parafraseando uma propaganda antiga do Trash and Donalds : AMO MUITO TUDO ISSO.