terça-feira, 27 de outubro de 2009

Desafio Serra de Campos : porque todo triatleta tem um quê de masoquista

Como diria meu grande (literalmente) e idolatrado amigo Alexandre Butazzi, ao recomendar a prova Desafio Serra de Campos aos seus parceiros de treino :"todos nós, triatletas, temos um quê de masoquistas, então eu recomendo".

Dia 29/11 vamos ter a prova de ciclismo Desafio da Serra de Campos. Uma das melhores, pra mim é a melhor, provas de ciclismo de estrada do Brasil. O percurso é desafiador, lindo e seguro (a estrada é totalmente fechada para os ciclistas).

São aproximadamente 50km entre Sto Antonio do Pinhal e Campos do Jordão. Dentre os quais, 13 km são de serra ininterrupta. No começo do percurso, são várias descidas, trechos planos, descidas, trechos planos...tudo muito lindo. Aí aparecem algumas subidinhas e os novatos ficam felizes : "é só isso a temida serra velha de Campos ?" éééé....vai queimando as perninhas vai...e aí eis que chega o início da serra, e não pára tão cedo de subir. E vai subindo, vai fazendo curva, vai subindo. Aquela coroa que você guardou no seu cassete, sem usar até então, para um último suspiro, caso necessário, entra na dança muito antes do que você imaginava e chega uma hora que você não tem mais de onde aliviar. Eu lembro bem que teve uma vez que eu estava subindo e toda hora eu esquecia que não tinha mais marcha e dava um toque no meu câmbio pra subir uma coroa. Aí encostou um senhor, que já deveria estar de saco cheio, e me falou : "não adianta filha, não tem mais marcha". Eu sei!!!!buáaaaaa.O negócio é abstrair. Olha a paisagem, que é linda por sinal, olha o cara do seu lado que está num sofrimento maior que o seu e agradeça aos céus por não ser você e vai pedalando, pedalando...de repente, tem uns caras da organização avisando que acabou a serra, dão isotônico (geladinho, um luxo) e você começa a descer feliz da vida, mais umas subidinhas normais, passam uns 6 km. Aí você já está na cidade, achando que acabou tudo e tal, mas ouvem-se gritos, vozes ao longe :"-Senhor, me ajuda!" ou "Jesus me empurra!!!" é verdade! Tenho amigos que não me deixam mentir sozinha! Brincadeira, é verdade, isso aconteceu, as pessoas gemiam e gritavam! Do quê ? Da pirambeira da subida do palácio....é inacreditável. Uma parede. E ela não esteve sempre no percurso, colocaram, se eu não me engano, há umas 3 edições da corrida. Inclusive, fizeram uma pesquisa de opinião comigo, no final da prova em que eles inauguraram esse novo percurso, o que eu achava da mudança. Eu respondi : "Excelente, quanto maior o desafio, melhor". Todo triatleta tem um quê de... Bem, depois de fazer força pra caramba por aproximadamente 2 horas, o pessoal ainda tem que enfrentar uma pirambeira de chorar. Mas o segredo é ir pedalando pensando em cada perna que faz força. Dá até pra ir fazendo um mantra com as pedaladas : um direito força, dois esquerdo força. E aí vai. Sem olhar pra cima, sempre pro chão. Apesar de ser uma parede, ela é curta. Mas pelamordedeus! Não desça da bike!!!! Depois vem mais umas coisinhas e um plano em que todo mundo morre de cãimbra porque coloca mais de 40km/h e a casa cai. Vale muito a pena acelerar, é gostoso, se achar uma rodinha dando sopa, melhor ainda, gruda e vai junto. A chegada é perigosa, diminua a velocidade nos últimos metros porque a dispersão é pequena. Aliás, falando em segurança, cuidado com as descidas em curva, elas são traiçoeiras, tem muita areia, folhas, pedrinhas.Vi muito ciclista bom caído pelas tangentes das curvas de Campos. Será excesso de confiança ? Cuidado.

Claro que esse meu relato é para ciclistas nível "galera". Porque para os ciclistas nível "profissa", eles nem se dão conta de que tinha uma serra no meio do caminho.

Eu vou participar do 1/2 Iron de Pirassununga uma semana antes, pensei até em não ir no Desafio Serra de Campos, mas não resisto. É bom demais. É legal demais. Eu recomendo, não só como treino de força e técnica, mas também para fortalecer a mente, se concentrar no esforço, controlando o cansaço por um longo período, é uma lição para muitos momentos difíceis numa prova de triathlon. E lógico, recomendo porque todo triatleta tem um quê de masoquista...você tem razão Butazzi.

Mais informações :
Link da prova aqui
Mapa do percurso aqui

Team Bianchi

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Porque é importante participar de competições

Ontem foi dia de Troféu Brasil em Santos, a quinta e penúltima etapa. Desde que fiz a inscrição para a etapa de ontem eu venho tentando me motivar para continuar competindo com prazer. Mas até domingo de manhã a minha vontade era praticamente zero. Eu não sei de onde veio essa apatia, se da monotonia do TB, se do bode do Iron que eu fiz em maio, se da falta de desafios, não sei. Só sei que, sinceramente, ontem só competi porque já tinha pago a inscrição, a minha vontade mesmo era ficar só assistindo meus amigos e amigas competindo.

O que me move no triathlon, o que me faz acordar cedo e treinar, procurar orientação de nutricionista, dormir cedo, etc, etc nunca foi (e nunca será) um lugar no pódium. É legal chegar em primeiro, ganhar um troféu, um prêmio,uma foto no pódium ? É legal. Se eu disser que não gosto dessas coisas estarei mentindo. Mas não é a razão primeira. Pra mim é uma consequência. E a competitividade ? As adversárias ? Eu gosto. Gosto muito, inclusive. É muito divertido competir, disputar uma posição na prova. É muito bom superar um adversário que te faz dar 100%. Mas veja, pra mim não importa a posição, se é a primeira, se é a décima, a centésima. É muito legal competir. Mas também não é isso que me move. Eu tenho alguns troféus na minha estante, já participei de muitas provas. Não é banalizar ou menosprezar esses troféus. Mas eu olho para eles e sei que não foi por eles que eu me esforcei.

O meu grande barato no triathlon sempre foi a conquista da técnica. Na natação, na bike, na corrida, nas transições. A sensação de completar bem, me sentindo bem, having fun, uma prova de triathlon é o que me move. Se essa prova for difícil, se exigir algo mais, melhor ainda.

Ontem tive muita dificuldade em entrar no mar. Tinha ondulação até a primeira bóia. Que sofrimento. Engoli água pra caramba. E tive que fazer isso duas vezes. Depois tentei compensar o tempo perdido no ciclismo. Mais dificuldade. Senti ainda o peso nas pernas dos 25k que fiz na maratona de revezamento Bertioga-Maresias de sábado passado. Eu subi a serra de Maresias fazendo muita força. Tudo bem, pensei comigo, compenso o resto na corrida que sempre foi uma arma que eu tenho nas provas de triathlon. Completei os primeiros 5k guardando energia pra acelerar nos últimos 5k.Grande ilusão. Não tinha energia mais pra queimar. Minhas pernas estavam começando a dar aquela cãimbra básica na coxa. Meu diafragma começou a reclamar. Diminui o ritmo pra ver se essas coisas melhoravam. Bom, a coxa relaxou e nada de cãimbra, ufa! Mas o diafragma...só piorou. Sofri a cada passada...Cruzei a linha de chegada em primeiro lugar na faixa etária e em segundo no geral feminino amador. Mas com um gosto de derrota na boca. Eu não completei a prova me sentindo bem, nem forte, nem having fun.

Apesar de ter feito essa prova desmotivada e cansada, ainda bem que fiz. Hoje acordei com uma baita vontade de treinar e melhorar minha técnica na natação. Preciso aprender a entrar no mar sem brigar com o mar. Senti que posso melhorar muito no ciclismo, posso melhorar minhas retomadas, minhas curvas. Posso melhorar minhas transições bike-run, que puta vontade que eu acordei hoje de treinar transição pra essa dor de diafragma nunca mais me pegar!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Nade bonito

Trabalhando sua braçada

Considere o fator “beleza” na piscina
Por Sara McLarty

Quando assistimos atletas de elite competindo – no triathlon, esqui na neve, ginástica olímpica – todos têm uma coisa em comum : suas ações parecem ser feitas sem esforço e seus movimentos são suaves e bonitos. Cada movimento é coreografado e nenhuma energia é perdida.

Lembre do Michael Phelps nadando nas Olimpíadas, ou observe a raia mais rápida durante os treinos. Todos esses talentosos nadadores possuem braçadas suaves, posição do corpo em linha reta, pernadas firmes, abdômen estável e uma boa rotação de quadris, os quais são aspectos que ajudam um nadador a deslizar na água com resistência mínima. Note que eu não mencionei nada de : braços batendo na água, pernadas em forma de tesoura, água espirrando, posição alta da cabeça, quadris afundando, ou qualquer coisa que suje o fator “beleza”.

Das pontas dos dedos das mãos às pontas dos dedos dos pés, pense em cada movimento feito e se pergunte, “Isso está bonito ?” As suas mãos estão entrando na água acima da sua cabeça dando um tapa chapado e levantando água ou elas estão graciosamente cortando a superfície criando meramente algumas bolhas ? Quando você vira a cabeça para respirar, você torce seu pescoço, seus ombros e peito para um lado e levanta sua cabeça inteira da água para pegar profundamente o ar ? Ou você, calmamente, vira seu rosto para um lado, mantendo um olho dentro da água e faz uma rápida, porém suficiente respirada ? E os seus quadris ? Eles serpenteiam para o fundo da piscina ou rotacionam diretamente alinhados com seus ombros para dar aos seus braços um alcance maior e uma melhor pegada antes de iniciar a puxada ?

Força abdominal não é importante apenas para o ciclismo e para a corrida. Uma boa braçada obtém toda sua potência desde o torso e abdômen, até mesmo a pernada se inicia nos quadris. Se deslocar na água com seus joelhos, produz muita espuma e espirro (o que também impede que outro nadador compartilhe a raia com você). Movimentos curtos e fluidos, desde seus quadris, com joelhos relaxados, um calcanhar forte e uma ponta de pé bem esticada é o que você precisa.

Acontece que a eficiência de um nadador na piscina tem uma relação direta com o fator “beleza” e eficiência na água é o que faz você nadar mais rápido. Não força bruta, não o poder rude, não intensidade, mas preferencialmente eficiência, definida como o grau com o qual alguma coisa é bem feita ou sem perda de energia.

Cada movimento feito na água deve contribuir para o deslocamento para frente através da água. Qualquer movimento que força seu corpo para cima ou para baixo, para os lados ou para trás é perda de energia. Na escola, nós aprendemos que a distância mais curta entre dois pontos é uma linha reta. Aplicando esse princípio ao primeiro esporte do triathlon, nós chegamos ao seguinte teorema : a forma mais rápida para nadar de lado a lado na piscina, ou para a próxima bóia, é uma linha reta.

Essa linha reta se inicia no centro do topo da cabeça e então desce diretamente pela espinha saindo por entre as pernas. Imagine uma barra ao longo da linha central do seu corpo. Não se pode dobrar essa barra, mas pode-se rotacionar nela. Quando seu braço direito entra na água sobre sua cabeça, não se pode mais mover o quadril para o lado direito para aumentar o alcance. Ao invés disso, a barra força com que você rotacione seu corpo para estender seu ombro para frente. Como resultado, seu quadril direito rola em direção ao fundo da piscina, a parte da frente das suas pernas está direcionada para a lateral da piscina e seu braço esquerdo suavemente sai da água abaixo de seu quadril na parte mais alta do seu corpo.

A mesma coisa acontece durante o ciclo da braçada do seu braço esquerdo. Ele entra acima da cabeça e seu corpo todo rotaciona para a esquerda. Com essa barra correndo ao longo da sua espinha, não há jeito de sua cabeça ou quadris poderem se mover fora do alinhamento hidrodinâmico ideal.

Enquanto isso, suas pernas estão ajudando com uma pernada firme. Elas sustentam seu equilíbrio e mantém seus quadris na superfície. A linha mais rápida e reta se aplica ao seu caminho, ao seu corpo e também se aplica à posição do seu corpo na água. A superfície da água é onde todos os movimentos da natação se localizam. Se sua cabeça, braços e ombros estão lá, fazendo todo o trabalho, suas pernas não deveriam se juntar à festa ?

Quando suas pernas seguem a linha do seu corpo, elas não têm mais que vencer tanta água. Você irá mais longe e mais rápido, usando a mesma energia, quando seu corpo se estreita e reduz a resistência. Pratique a saída da parede da piscina, na linha reta mais longa e estreita possível. Veja o quão longe você vai sem bater perna. Lembre onde você parou e tente deslizar mais longe na próxima vez. Tente isso após um mergulho também.

Se você começar a melhorar sua eficiência na natação você ficará mais rápido. Você pode sentir que não está ficando mais forte ou que você não está ficando mais rápido mas confie no relógio. Nadar limpo e bonito vai aumentar sua liderança até a T1 [transição natação-ciclismo] e fará você chegar lá com menos esforço. Isso significa que você terá mais energia para os outros dois terços da competição. Você poderá ver os resultados antes mesmo de sua próxima corrida. Se mais pessoas quiserem dividir uma raia com você nos treinos, você saberá que está na direção certa!

Fonte : Revista Triathlete americana de fevereiro de 2009.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Vamos competir limpo (sempre)

O texto abaixo foi escrito por um amigo triatleta, Marcos Vilas Bôas, cansado de ver os trapaceiros fazendo a festa nas competições, mesmo assim ele mantém firme sua posição de honestidade. Esse final de semana mesmo, tivemos a corrida de revezamento Bertioga-Maresias e pasmem, tinha gente pegando carona nos carros pra subir a serra de Maresias...minha amiga Claudia Aratangy presenciou, leiam o relato dela sobre a prova aqui. Eu estava lá e fiz a tal da serra. Hoje minha panturrilha (entre outros músculos) está em frangalhos, mas minha consciência.... intacta.


Honestidade no esporte

Por Marcos Vilas Bôas

A qualidade de uma competição é diretamente proporcional a educação dos participantes.

Acredito completamente no que está escrito acima. Para mim é indiscutível. Aproveito para esclarecer que educação no esporte é o respeito com o qual tratamos quem está envolvido no processo.

Vamos lá. Sou atleta amador a bastante tempo, desde meus onze anos de idade quando comecei a velejar. Hoje me dedico ao triathlon. Adoro esse esporte. Gosto dos treinos, do ambiente da competição, do desafio e principalmente por ser um esporte individual. Sempre me dediquei a esportes individuais. Não tenho educação suficiente para praticar os coletivos.

Essa conversa começou logo após a última etapa do Troféu Brasil em Santos, mês passado. Estava comentando com a Thelma que tinha me saído bem na prova, mas que poderia ter ido melhor se tivesse pedalado bem. Aquelas desculpas básicas por não ter feito tanta força quanto deveria ou poderia. O fato é que saí da natação em terceiro lugar na minha categoria. Com uma transição rápida, saí em segundo pro pedal. Até aí, tudo bem. O que me incomodou foi ver alguns competidores passando em pares. Alguns deles da minha categoria. Lá pelo terceiro mini pelotão que passou tive vontade de pegar a roda, afinal, todos estavam roubando mesmo. Não fui, me lembrei da frase lá de cima e fiquei pedalando sozinho e pensando, na corrida eu passo eles, tudo bem. Passei vários deles e acabei terminando a prova em quinto lugar.

Concordo com a Thelma. Prefiro perder meu lugar no pódio a ganhar roubando. Subi orgulhoso para receber meu troféu. Aquele quinto lugar foi só meu. E é assim que tem que ser. Somos extremamente disciplinados. Nenhum triatleta de respeito pode se dar ao luxo de não ter disciplina. O que não entendo são os atletas que acham a disciplina importante nos treinos – seguir a planilha, treinar de acordo com volume e intensidade programados – e a desconsideram durante uma prova. Como se a competição fosse um vale tudo. Deixam de lado a educação com que tratam sua rotina de treinamento e mostram outro lado de suas personalidades. A prova é o momento que você testa se o seu treino está indo de acordo com o planejamento. Um dos melhores parâmetros que temos não é exatamente o tempo total da prova ou seus parciais. Esses podem variar por razões climáticas, medições equivocadas e tantos outros fatores. A comparação direta com aqueles que competimos é eficiente, pois as condições são iguais para todos, ou melhor, para aqueles que são educados.

Vácuo no triathlon é opcional. Meu técnico, o Emerson, sempre me falou isso. No Internacional de Santos esse ano me vi no meio de um pelotão. Fui mal-educado, não consegui sair dali. A pergunta que eu deveria ter feito na hora era: eu conseguiria pedalar a 45km/h se estivesse fora do pelotão? É claro que não. Então reduza e deixa o pelotão ir embora. Sem contar o risco de pedalar em um pelotão de pessoas que não conheço. Você anda em um pelotão de desconhecidos nos treinos? Claro que não.

Fui penalizado por vácuo no 70.3 esse ano em Penha. Estava pedalando sozinho com dois parasitas na minha roda. Nem percebi a presença deles até a moto nos parar. É minha responsabilidade também evitar que isso aconteça foi o que ouvi da equipe da MPR que estava lá. Se fui penalizado é porque parecia que estava revezando. Você deve se cuidar para não permitir o vácuo também. Concordo com eles.

Mas todos nós já vimos o tenista que canta uma bola fora, quando foi claramente dentro, a falta desnecessária no futebol, o velejador que não respeita a medição do barco ou retira peso, o doping e tantas outras atitudes.

O esporte é o reflexo da educação das pessoas. Não há necessidade de fiscalização maior nas provas. O troféu Brasil é bem fiscalizado, é muito bem organizado, mas é impossível evitar o mal educado dessa maneira.

Mas a coisa não é assim tão ruim. O mal educado não tem disciplina. Então ele não treina tão bem quanto você, não se dedica tanto quanto você e sempre dependerá da sorte para conseguir um bom tempo no ciclismo. Ele está no fundo do pelotão o tempo todo no treino, e quando vai puxar muda a velocidade estabelecida. Minha resposta para eles é a seguinte. Hoje acordei cedo de novo e segui minha planilha. Fiz aquele treino de qualidade que a Thelma escreveu outro dia. Tive dedicação, disciplina. Na próxima prova eles não vão estar tão perto de mim no ciclismo. Talvez nem me vejam. O ciclismo é só um terço desse esporte.

Vou continuar sendo educado.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Anunciado percurso do Tour de France 2010

Anunciaram ontem o percurso do Tour de France 2010.
Eles vão largar em Roterdã, na Holanda. Depois passam por Bruxelas e Spa, na Bélgica, em seguida entram na França.

A competição será de 3 a 25 de julho. Em 2010 vão dar mais ênfase às subidas e menos aos contra-relógios. O prólogo será então dia 3/07/2010 em Roterdã, um percurso de 8km, plano, porém sinuoso, um prato cheio para os especialistas em contra-relógio. Vai ser legal.

No Tour de France, os competidores que brigam pelo título (maiot jaune) só têm duas oportunidades de abrirem tempo em cima dos seus concorrentes : nos contra-relógios e nas altas montanhas (de preferência que elas sejam no final do percurso e de preferência várias seguidas). Então vai ser um Tour para os escaladores. O que eu acho o máximo, não tem coisa mais emocionante do que a briga dos melhores ciclistas nas montanhas.

Dados do Tour 2010

serão 3 600 km

1 prólogo
9 etapas planas
6 etapas de montanha com 3 chegadas em altitude
4 etapas com médias montanhas
1 etapa (a terceira) com 13,2 km pavimentados com pedras (alá Paris-Roubaix)
1 etapa contra-relógio individual (51 km).
escalarão o Tourmalet duas vezes (afe!)
2 dias de descanso
23 montanhas de categoria 2, 1 e HC (fora de categoria, é o cão chupando manga)

Só vai começar em julho de 2010!!!! Eu queria agora.

Imbecilidade na terceira-idade

Eu recebi essa notícia um tempo atrás de um amigo e ontem, comentando sobre o caso da Mariana Ohata, lembrei e resolvi publicá-la aqui no nosso tripateta para compartilhar minha estupefação e tristeza com vocês. Saiu no NY Times de 24/08/2009.


Uso de doping é questionado entre atletas idosos

John Leland
Em seu apartamento perto de Filadélfia, Frank Levine puxou uma lista de remédios prescritos presa à geladeira, com as mãos tremendo levemente. Havia metaformina HCl e glipizide para seu diabetes; lisinopril para a pressão sanguínea; e Viagra."Preciso disso", disse ele. Levine, que tem 95 e passou por operações em ambos os joelhos, estabeleceu em junho o recorde nos 400 metros para homens entre 95 e 99 anos, apenas para vê-lo ser quebrado no USA Masters Outdoor Track & Field Championships poucas semanas depois. "Nada conta a menos que você seja o primeiro", disse ele.



Levine pertence a uma geração de atletas que estão quebrando recordes de velocidade, distância e resistência com idades antes consideradas muito avançadas para a competição. Num esporte repleto de escândalos por doping, os atletas mais velhos levantam a questão do que constitui um corpo natural para as pessoas que estão numa idade em que as drogas fazem parte da vida.

"Quem tem 75 anos de idade e não toma nenhum remédio?" pergunta Gary Snyder, presidente nacional do comitê masters da USA Track & Field, que supervisionará mais de cem competições este ano para atletas acima dos 30 anos.

A maioria das drogas como as de Levine não são proibidas para os competidores, mas alguns tratamentos comuns para asma, menopausa e inflamações contêm esteróides que podem desqualificar atletas se eles não conseguirem isenções médicas por escrito.

"Tenho certeza de que há caras tomando coisas como Manny", disse Snyder, referindo-se a Manny Ramirez, jogador de beisebol para os Los Angeles Dodgers que este ano foi suspenso durante 50 jogos por violar a política antidrogas do esporte. "Mas a maioria está usando drogas por razões médicas.

"Ray Feick, 77, disse que suspeitou que "dois ou três" colegas estavam usando esteróides para melhorar suas atuações, incluindo um lançador de peso que de repente conseguiu vencê-lo. "Meus colegas e eu conversamos sobre isso", disse ele. "Não é justo com a classificação etária e não é justo com seus corpos. E um a um, eles desistem.

"A USA Track 7 Field, que fiscaliza o esporte, tem uma política de tolerância zero para o doping, mas não faz teste de drogas nos eventos de categoria master porque seriam muito caros - cerca de US$ 500 por atleta e outros US$ 10 mil para levar uma organização testadora para o evento, disse Snyder.

Mas existem testes no World Masters Championship, que aconteceu este ano em Lahti, Finlândia, no final de julho e começo de agosto. Em 1999, a corredora norte-americana Kathy Jager, 56, teve suas medalhas retiradas e foi proibida de competir por dois anos depois de ter testado positivo para esteróides anabolizantes, que tinham sido receitados a ela como parte de um tratamento popular para a menopausa chamado Estratest HS.

"Quando batemos recordes, os europeus olham para nós e pensam: 'Ah, claro, esse e aquele estão tomando coisas'", disse Snyder.

Para Rosalyn Katz, 67, lançadora de Nova York que disse que não toma nenhum remédio, a questão do abuso de drogas é irrelevante. Numa manhã recente, Katz, uma administradora escolar aposentada, e sua parceira de treino, Neni Lewis, 49, estavam lançando pesos num parque da cidade. O martelo de Lewis foi muito longe para a esquerda e ficou pendurado num galho de árvore como um enfeite de Natal de quatro quilos. As duas mulheres praticam antes das sete da manhã, duas vezes por semana, o ano inteiro.

"Não acho que ninguém que tome medicamentos para asma irá lançar ou correr melhor", disse Katz. "Acho que eles tomam porque não conseguem respirar."

Como muitas outras mulheres que competem depois da idade de 60 anos, Katz disse que ela não teve nenhum programa de prática esportiva durante seus anos de escola e faculdade e nunca havia praticado o esporte até chegar perto dos seus 50 anos.

Levine, da mesma forma, só começou a correr depois dos 65. Com sua mulher num asilo, um amigo sugeriu que eles corressem juntos, treinando na época para a maratona. Ele correu 18 maratonas antes de começar a correr distâncias curtas. Ele disse que não acha que seus colegas tomam drogas a não ser por motivos médicos.

"Há todo um grupo de pessoas acima dos 70 anos que fazem parte do mundo", disse Levine. "Em 1950, você já era velho quando tinha 50 anos. Agora eu me sinto velho quando tenho que usar os meus dedos."

Em relação a suas conquistas como atleta idoso, ele diz: "Estou mais desapontado do que surpreso, porque meus tempos ficaram muito mais lentos. Eu me sinto bem. Então o corpo ficou mais lento."

Em sua juventude, Levine ganhou um título de boxe Golden Gloves para peso mosca, e seu ímpeto competitivo não o abandonou. No prédio onde mora, ele cumprimentou um visitante pelo interfone perguntando: "você quer pegar as escadas ou o elevador?". Ele mora no sétimo andar.

Nas competições de masters, os atletas são agrupados em grupos etários de cinco anos de duração. Levine acabou de passar para a categoria de95 a 99 anos, o que ele vê como uma vantagem uma vez que agora será o menino de sua categoria. "Faz com que você fique ansioso para ficar mais velho", diz ele.

O reverendo Champion Goldy, 92, corredor e arremessador de Haddonfield, Nova Jersey, disse que seu objetivo é correr os 100 metros quando tiver 100 anos. Goldy, ministro de uma igreja metodista, disse que gosta da camaradagem do circuito mas teme as ausências inevitáveis nas competições.

"Você diz: 'onde está fulano e sicrano?'", disse ele. "E daí você fica sabendo que 'ah, ele teve um ataque cardíaco e morreu', ou 'ele está com câncer'."

Em 2002, Goldy correu os 100 metros com um centenário chamado Everett Hosack. Goldy disse que quando eles chegaram em suas raias, ele disse a Hosack, que morreu em 2004, "Everett, é melhor você descer aqui e começar essa corrida."

"Ele disse: 'Olha, se eu descer aí, eu nunca me levanto de novo'", disse Goldy.

Mesmo com a camaradagem, entretanto, há uma desconfiança ocasional. Tom Rice, 81, disse que ficou desapontado ao ver alguns colegas com aumento muscular suspeito.

"Eu disse, como isso é ridículo - eles devem estar tomando alguma coisa", disse Rice, que toma Zocor para o colesterol alto e hidroclorotiazida para pressão alta, nenhum dos dois é proibido.

"Não consigo nem imaginar isso nessa idade", disse ele. "Não são as Olimpíadas. Os caras ficam tão malucos que querem tomar remédios para destruir sua saúde para ganhar uma medalha que é um pouco melhor do que o que eles poderiam ganhar."

Mesmo para os atletas que não tomam nada, o objetivo é ultrapassar o que as pessoas esperam de seus corpos envelhecidos. Depois de bater o recorde para sua faixa etária nos 400 metros em 3 minutos e 20 segundos nos campeonatos regionais em East Stroudsburg, Pensilvânia, em 27 de junho - Michael Johnson tem o recorde mundial em 43,18 segundos - Levine estava exausto e exultante.

"Tudo o que eu podia fazer, eu fiz", disse. "Toda força que eu tinha, todo esforço mental. Na minha mente, se eu soubesse que havia uma possibilidade de morrer porque eu estava correndo ou forçando, acho que mesmo assim eu faria. É estupidez, mas acho que é verdade para muitos atletas."

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Pirassununga 2009

Aviso aos navegantes : as pousadas, hotéis, flats e afins estão ficando todos lotados rapidamente. Façam suas reservas!!!
Eu vou ficar em Leme. É um hotel simples mas honesto. As pessoas com mais de 1.80 que sofrem, as camas são curtinhas, mas como eu tenho 1.70 tô na boa.
Leme é bem perto de Pira. Araras tem um hotel bom, mas é mais longe, quase o dobro da distância. Outra cidade próxima é Analândia, mas não sei se tem acomodação por lá. Diz a lenda que sim. Pirassununga é um horror em termos de acomodação, comida, etc.

Esse é o hotel que fico:
Flat Hotel Viscondi
Av Visc Nova Granada, 188 - Leme - SP
Telefone : (19) 3554-8911

E ah, uma dica preciosa, seja onde for que você se hospede : não se esqueça de levar o OFF ou afins, principalmente o que coloca na tomada. Imprescindível se você quiser ter um sono tranquilo...a mosquitaiada de lá adora uma carninha fresca da capital...

Runner's High

O barato do corredor : imagens mostram a liberação de endorfina no cérebro.

No mundo todo, amadores, especialistas e a mídia concordam : a corrida prolongada melhora o estado de espírito das pessoas. E muitos acreditam que, os próprios opióides do corpo, também chamados de endorfinas, são a causa disso. Mas, na verdade, isso ainda não tinha sido provado até recentemente. Pesquisadores do Technische Universität München e da Universidade de Bonn, na alemanha, conseguiram demonstrar a existência do "barato do corredor" causado pela endorfina. Num estudo de imagens, eles foram capazes de mostrar, pela primeira vez, o aumento de endorfinas em certas áreas do cérebro dos atletas durante uma sessão de duas horas de corrida.

O interessante é que as áreas afetadas no cérebro são, preferencialmente, o prefrontal e o límbico, que são regiões que têm, reconhecidamente, papéis importantes no processo emocional. Mais ainda, eles observaram um aumento significativo das taxas de euforia e de felicidade se comparadas à taxas de antes do exercício de corrida.

O mais legal desse estudo (ou dessa comprovação) diz respeito às pessoas que sofrem de dores crônicas. Porque esses pesquisadores provaram que a endorfina atua diretamente nos centros de supressão da dor no cérebro. Com isso, os médicos esperam que consigam convencer seus pacientes a levarem uma vida mais saudável com a prática diária de exercícios. Logicamente, cada um dentro dos seus limites.

Os resultados do estudo "The Runner's High: Opioidergic Mechanisms in the Human Brain" foi publicado no jornal 'Cerebral Cortex' e a pesquisa foi apoiada pela German Research Association em conjunto com o Federal Ministry of Education and Research e a German Association of Neuropathic Pain.

Só para lembar os outros benefícios (comprovados) do exercício regular:
Reduz o stress
Previne ansiedade e sentimentos depressivos
Levanta a auto-estima
Melhora o sono

E mais:
fortalece o coração
aumenta os níveis de energia
melhora o tônus muscular e a força
fortalece e constrói ossos
ajuda a reduzir a gordura do corpo
faz você se sentir em forma e saudável

Fez 10 flexões nesse instante só pra aliviar a consciência ?

sábado, 10 de outubro de 2009

Hawaii : novo record feminino

Apesar do forte calor e dos ventos no final do ciclismo, Chrissie Wellington estabeleceu um novo record para o percurso : impressionantes 8:54:02. O último record era da Paula Newby-Fraser, 8:55:28 de 1992.
A primeira vez que a Chrissie venceu em Kona, ligou para casa para contar aos seus pais e não tinha ninguém, todos haviam saído. Hoje a família toda estava em peso no Hawaii para lhe dar força....que diferença.

TOP 10 feminino

1 8:54:02 Wellington, Chrissie 54:31 4:52:07 3:03:06
2 9:13:59 Carfrae, Mirinda 58:45 5:14:18 2:56:51
3 9:15:28 Berasategui, Virginia 58:52 5:01:42 3:10:43
4 9:23:43 Macel, Tereza 53:29 5:04:17 3:21:12
5 9:25:48 Keat, Rebekah 57:17 5:15:50 3:04:32
6 9:30:28 McGlone, Samantha 58:47 5:16:17 3:11:27
7 9:32:27 Joyce, Rachel 53:31 5:10:03 3:23:43
8 9:34:45 Lawn, Joanna 57:16 5:19:10 3:13:35
9 9:38:28 Wallenhorst, Sandra 1:03:07 5:20:43 3:09:24
10 9:40:59 Griesbauer, Dede 55:05 5:10:22 3:30:53


No masculino o vencedor foi novamente o australiano Creg Alexander com uma maratona impressionante de 2h48. O americano Chris Lieto entrou no T2 (transição bike-run) com uma vantagem de 12 minutos. Ele fechou os últimos kms do pedal a 56 km/h. Tadinho. Veio o australiano e melou tudo. Tirou toda a diferença e ainda colocou mais 2 minutos em cima dele. Uau: dos top 10, 8 fizeram maratona abaixo de 3 horas.

TOP 10 masculino

1 8:20:21 Alexander, Craig 50:57 4:37:33 2:48:05
2 8:22:56 Lieto, Chris 51:07 4:25:11 3:02:35
3 8:24:32 Raelert, Andreas 51:00 4:38:01 2:51:05
4 8:25:20 McCormack, Chris 52:51 4:32:45 2:55:59
5 8:28:17 Henning, Rasmus 51:06 4:37:07 2:55:33
6 8:28:52 Bracht, TimoR 54:30 4:33:49 2:56:27
7 8:29:55 Bockel, Dirk 50:50 4:37:29 2:57:42
8 8:30:15 Jacobs, Pete 50:03 4:38:41 2:57:14
9 8:30:30 Potts, Andy 47:45 4:46:07 2:52:15
10 8:31:44 Al-Sultan, Faris 50:53 4:33:40 3:03:11

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Hawaii : mini dicionário tripatético

Queen Ka'ahumanu
Chamada de "Queen K" pelos locais. Trecho da Hawaii Belt Road, state highway 19, localizada na Big Island. Leva nome de uma rainha (dã) regente do Kingdom of Hawaii entre os séc XVIII e XIX. Ela liga as cidades de Kailua-Kona e Kawaihae e é quase a totalidade do percurso de ciclismo do Ironman. O retorno do ciclismo se localiza na cidade de Hawi. A paisagem dominante é a dos campos de lava.

Hawi
Cidade de retorno do percurso de bike, já foram 90k de sofrimento de vento e sol na cara. Os altetas costumam reclamar que, para chegar aqui, estão com vento contra, fazem o retorno, e o vento continua contra. hehehe.

Natural Energy Lab
Centro educacional e de pesquisas de produção de energia de fonte renovável (sol, vento, etc)Fica no caminho para Hawi, ou seja, no meio dos campos de lava, um calorzinho básico faz aqui. É o retorno da maratona. Ironicamente, a partir do Energy Lab, os competidores vão ficando com menos energia...é a hora da verdade, voltar pelos campos de lava por 21km e pegar a Ali'i drive em direção à chegada.

Ali'i Drive
Final da maratona, parte urbana já na cidade de Kailua-Kona, ela vai dar na...linha de chegada! Onde as pessoas se concentram para torcer e dar força para os atletas. É onde também os atletas costumam fazer suas corridas matinais nos dias que antecedem à competição.




Lava Fields
São os campos de lava, um deserto formado por lava dos vulcões que estão ativos, o chamado Volcanoes National Park. Nesse local inóspito o calor chega a mais de 40 graus celsius e é onde boa parte da corrida, e quase o total da porção de bike, acontecem. Os competidores costumam colocar marcas ou símbolos com pedras brancas nos lava fields, à beira da estrada, isso serve de incentivo, uma força extra ao passar pelo local.

Cross Winds
Na ilha de Kona, os vulcões estão bem próximos do mar, os ventos que sopram do oceano batem nos vulcões e mudam de direção bruscamente. Principalmente na Queen K (trecho de ciclismo), esses ventos batem nos vulcões e, às vezes, encontram uma outra rajada de vento vinda do mar exatamente sobre a rodovia. Os atletas descrevem esses cross winds como uma pancada repentina e lateral na bike. Por isso, em Kona, é proibido utilizar roda fechada na bike. Pedalar clipado também é difícil, se estiver desatento, muitas vezes, o atleta vai parar no chão. A Vanessa Bley, triatleta que fez o Ironman no ano passado em Kona, me disse que era impossível pedalar clipada e que pedalou na diagonal (isso mesmo, a bike ficava inclinada) por muito tempo.

Underwear Run
Ou "underpants run", inventada em 1997 por alguns malucos para fazer piada da mania que os triatletas têm de ir a todos os lugares (café, shopping, restaurantes, etc) com suas roupas de treino. Eles fazem uma convocatória através de cartazes pela cidade, se reunem no lugar marcado, fazem um juramento e saem correndo só com as roupas de baixo.Você pode ou não fazer uma doação para participar, eles sempre ajudam alguma instituição de caridade.
"There are few events in the world like Kona, and few athletes in the world like Triathletes."
É nóis!!!!!






Israel Kamakawiwo'ole
Músico havaiano, já falecido. Ele fez uma versão mix das músicas "Over the Rainbow/What a Wonderful World",onde apenas se ouvem a sua voz suave acompanhada pelo seu ukelele. Essa música é mágica, linda de viver. Ouçam e sintam-se transportados ao Hawaii e suas belas paisagens naturais. De vez em quando eu dou uma viajada pro Hawaii dessa forma...

Veja o vídeo da música aqui

Aloha
Tem dois significados principais. O primeiro define Aloha como um cumprimento, ou seja, você pode dizer Aloha quando for falar ‘oi’ ou ‘tchau’. O segundo define Aloha como o verbo amar, adorar.

Mahalo
Significa obrigado, gratidão; agradecer.

No imaginário havaiano, as palavras têm "mana" ou poder espiritual. As palavras Aloha e Mahalo são as mais poderosas para os havaianos.

Aloha, mahalo para todos os atletas que já se encontram em Kona!

Parênteses no Havaí : Mariana Ohata, que pena...

Notas do jornal de esportes do Estadão de ontem e de hoje.

8/10/2009
Reincidência do doping suspende Mariana Ohata por seis anos
A brasiliense Mariana Ohata, que completará 31 anos no dia 26, foi suspensa das competições nacionais e internacionais de triatlo pelos próximos seis anos. A competidora foi flagrada em exame antidoping realizado fora de competição, no dia 26 de junho, em Iowa, nos EUA, após a realização de uma etapa da Copa do Mundo. A pena imposta a Mariana foi divulgada ontem pela União Internacional de Triatlo (UIT) e vale, de maneira retroativa, desde o dia 2.
A triatleta, que representou o Brasil em três Olimpíadas e não estará apta a defender o país nos Jogos de 2016, no Rio, é reincidente. Em agosto de 2000, teve resultado positivo pelo uso de uma anfetamina nos Jogos Sul-Americanos. A atleta foi suspensa por apenas 60 dias e não perdeu a medalha de ouro conquistada na competição, voltando a ser campeã continental no ano seguinte.
O caso mais recente foi divulgado em 30 de agosto. O exame acusou o uso de furosemida, um diurético. A defesa da competidora foi inicialmente realizada pelo Pinheiros. O departamento jurídico do clube chegou a informar que a substância proibida era proveniente de um chá, oferecido aos atletas que se hospedaram no mesmo hotel que Mariana.
Por meio de sua asessoria de imprensa, a Confederação Brasileira de Triatlo (CBTri) informou ter sido comunicada da suspensão e afirmou que acatará integralmente a decisão da UIT - o que significa que não vai recorrer da decisão-, embora não tenha recebido o texto do julgamento.

9/10/2009
Familiares pedem que Mariana Ohata deixe esporte
A triatleta Mariana Ohata recebeu no Havaí, a notícia de sua punição por doping pelo diurético furosemida e, diante dos seis anos de suspensão impostos pelo UIT anteontem, está sendo aconselhada pela família a abandonar a carreira. Segundo o pai da atleta, Milton Ohata, a possibilidade de recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) está praticamente descartada pelos altos custos do processo.
Em defesa enviada por escrito, o pai da atleta afirma que não acredita que a filha tenha se dopado. "Diuréticos desidratam e fazem perder substâncias importantes e necessárias para o desempenho do atleta em uma prova longa. Portanto, jamais a Mariana utilizaria um medicamento como esse para realizar uma prova de duas horas de duração", registra.
Ohata também reclama que a CBTri não atendeu ao pedido da filha de se pronunciar perante a UIT. A entidade brasileira informou que vai acatar decisão da Federação Internacinal.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Como a loucura começou


Já que estamos a poucos dias do Ironman do Havaí, até lá vamos falar todos os dias só sobre essa prova, sonho de todo triatleta.

Um pouco de história então pra começar...

No Pacífico, ao sul do trópico de câncer, a 3.846 Km a oeste de São Francisco e a 6.196 Km a leste do Japão, está o arquipélago do Havaí, composto de 8 grandes ilhas vulcânicas, sendo que a maior, Kona ou Big Island é o teatro atual e anual da mais importante e tradicional prova de triatlon do mundo.

Tudo começou em torno das canecas cheias de cerveja na Brasserie Primo Brewery, Honolulu, Capital do Estado do Havaí, que fica na Ilha de Oahu. Era uma dezena de marinheiros com idades variando entre 30 e 40 anos, afogando na cerveja a amargura de uma derrota numa corrida de revezamento em que haviam sido batidos por jovens mariners. Inconformados com a derrota, eles se perguntavam como poderiam provar que eles eram mais resistentes e ainda capazes de ganhar dos mais jovens, qual a prova havaiana que representava o maior desafio?
Seriam os 3.800 metros de natação da tradicional Waikiki Rough Water Swim?
Ou 180 Km de ciclismo da famosa Around the Island Bike Race?
Ou ainda os intermináveis 42,195 Km da maratona de Honolulu?

Um capitão da marinha, de 42 anos, John Collins, levantou-se e lançou o desafio: a prova mais dura seria aquela que englobasse as três provas mais difíceis da ilha juntas e no mesmo dia. Todo mundo riu, no que ele completou: “Conheço 11 pessoas que conseguiriam ir até o fim“. A idéia fez seu caminho, e alguns meses depois daquele fim de tarde de Outubro de 1977, mais precisamente no dia 18 de Fevereiro de 1978, 15 homens, na sua maioria corredores ou nadadores se apresentaram para a largada do primeiro Ironman da história.

Dos 15 que largaram em Waikiki Beach, 12 a completaram. Um motorista de táxi de Honolulu, John Haller, foi o primeiro homem de ferro a completar a prova com o tempo de 11 horas 46 minutos e 58 segundos.

A cobertura da mídia pela Sports Illustrated e ABC Wide World of Sports chamou atenção para o evento, até então, único. Em 1981, a prova foi realizada em Kona, no Havaí, o que dificultou ainda mais o que já era bastante duro. A mudança para Kona colocou a etapa de ciclismo nos campos de lava (lava fields), que são continuamente rachados pelos ventos fortes.

Ela cresceu e hoje são 26 seletivas divididas pela Europa, Ásia, Oceania, África e Américas que definem 1500 competidores para a final no Havaí. Durante o Ironman, são atraídos para a Ilha de Kona cerca de 30 mil visitantes.

A competição : acontece sempre na primeira lua cheia de outubro - torna-se ainda mais difícil pelas condições adversas da ilha de Kailua-Kona : muita umidade, ventos fortes que mudam de direção a todo instante, calor intenso (entre 37º e 40º) e às vezes mar agitado.

No próximo post vamos falar sobre o percurso e algumas palavras chaves do Iron do Hawaii : Ali'i Drive, Energy Lab, Queen Ka'ahumanu (ou "Queen K" para os íntimos), Lava Fields, Cross Winds, Underwear Run (o quê!!!), Israel Kamakawiwo'ole, Aloha e Mahalo.

Aloha!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Torben Grael ou O que a vela tem a ver com o triathlon ?

Maior atleta olímpico brasileiro, dono de 5 medalhas em Olimpíadas, incluindo 2 de ouro, campeão da Volvo Ocean Race, a mais tradicional regata de volta ao mundo, foi o comandante do barco sueco Ericsson 4, que dominou a competição, quebrou o recorde de singradura (distância percorrida em 24 horas) em monocascos (foram 596 milhas) e foi campeão por antecipação. Semana passada foi indicado ao prêmio de melhor velejador do ano pela Isaf (Federação Internacional de Vela).


Mas o que a vela ou o Torben tem a ver com o triathlon ou alguma das suas 3 modalidades? Por que um post desses num blog de triatleta ?


Esporte muito técnico, individual, exige muita dedicação, disciplina, motivação para os longos treinos, é um esporte custoso, pouco divulgado no Brasil. De que esporte estou falando ? Da vela ou do triathlon ? São muitas coisas em comum. E não é nenhuma coincidência encontrar triatletas praticando vela e vice-versa. Eu lembro de um Triathlon Internacional de Santos em que o Robert Scheidt participou, conheço gente no triathlon que é velejador. Está nos meus planos aprender a velejar, deve ser o máximo! O desafio, a superação, o desenvolvimento da técnica, a sensação de liberdade, o contato com a natureza....


Torben Grael, com esse nome nórdico, esquisito pra caramba, quem diria que ele é brasileiro ? Mas é. Sempre olho os resultados das triatletas americanas amadoras nas competições durante o ano, são tempos muito fortes e penso comigo : "se elas podem eu também posso, vou correr atrás". O exemplo do Torben é até mais próximo, ele é brasileiro, se ele conseguiu esse grau de excelência, nós também podemos. Chega desse pensamento de inferioridade tupiniquim, podemos ser tão bons como os gringos, vamos acreditar em nosso potencial. Com muito trabalho, dedicação, etc, etc.


E peguei essa frase do Torben pra encerrar esse post, o homem não para :


"Acho que a questão não é o que ainda falta conquistar. Porque eu faço pelo prazer e não pelos resultados ou pelos títulos. Mas é lógico que ainda tenho objetivos. Adoraria ser campeão da America's Cup".


Alguém duvida ?


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Dopping

Quando me acusam de dopping eu fico feliz.
Sinal de que estou fazendo tudo direitinho : a musculação, a nutrição, os treinos, o sono.

É um prazer quase inenarrável quando deixo meu amigo psiquiatra, o Pedrão, parceiro de raia no treino de natação da Sumaré Sports, fulo da vida que bati os tiros de 100m na frente dele e, bufando e babando, me acusa de tomar nandrolona (anabolizante). Hoje em dia eu tô meio fora de forma na natação então ele parou com isso e até me ajuda e incentiva muito. Tá super perdoado. Na verdade, já tem créditos.

Quando estava treinando para o Iron esse ano o Maluf veio me falar que andaram comentando com ele : "a Thelma mudou o corpo demais, tá tomando dopping" e ele "meu, a Thelma é assim, é só ela secar um pouco que a musculatura aparece". Vibrei por dentro quando ele me contou : yes! Sempre que eu vou na minha nutricionista, a Ana Maria da Nutricius, ela me mostra a minha evolução, ficha a ficha, até chegar no que estou hoje. Não houve nenhum sobressalto, muito pelo contrário, ganhava um pouco de massa magra e perdia um tiquinho de gordura, entrava mês e saía mês e aquilo lá, inalterado...e ela : "puxa, tá dando uma diferença aqui nos meus cálculos, era pra você estar mais leve...será que você ainda não foi no banheiro fazer o number two ?" e eu : "Nãaaao Aninha, eu já fui hoje..." olha, acho que minha nutricionista é a minha maior e mais fidedigna testemunha de que não tomo (ou como) nada além de bananinha, suspiro, EnduroxR4, BCAA, ômega3 e gel.


Mês passado pegaram a Mariana Ohata num anti-dopping. Não quero julgar ninguém, quem sou eu ? Pode ser que ela seja inocente. Mas não é a primeira vez que pegam ela. Fiquei extremamente chateada. Eu sempre torci muito mais por ela do que pela Carla Moreno, sempre achei ela muito mais simpática, mais gente, mais raçuda. Quando acontecem essas coisas eu fico me sentindo A Trouxa, A Palhaça. Se me dessem um nariz vermelho eu colocava e ia pro Troféu Brasil com ele. Que decepção...e não me venham dizer que no profissional todo mundo toma, que isso é normal, que eu é que sou tolinha. Eu ME RECUSO A ACREDITAR NISSO. Lembram do caso da Nina Kraft ? A alemã que foi pega com EPO quando ganhou o mundial de Ironman no Hawaii em 2004? Eu assisti o vídeo dessa prova. Foi patético. Ela passava pelos homens no pedal como se fosse uma máquina. Foi suspensa por 2 anos. Esteve competindo aqui no Brasil, em Pirassununga, Internacional de Santos, Troféu Brasil, etc durante a suspensão. Nesse ponto eu já seria mais radical : banimento do esporte para o resto da vida. Sabem por quê ? Todo mundo sabe que os atletas têm um acúmulo de treino no organismo, com o passar dos anos de treino, ele vai ficando cada vez mais resistente. E isso é uma vantagem para o atleta de esportes de longas distâncias, como Ironman, maratona,voltas ciclísticas, etc. Com o uso do EPO nos treinos, o cidadão acumula 5 anos em 1, sei lá, tô chutando o número e a chave da questão é justamente essa :ninguém sabe qual o ganho que esse organismo teve durante o uso do EPO e, consequentemente, ninguém sabe quanto tempo ele vai levar para se descondicionar ao ponto que estava antes de tomar a substância. Portanto :banimento pela vida toda. E quer saber da verdade? Ninguém vai sentir falta do(a) fulano(a).


Quem curte ciclismo então só chora. Ano passado eu estava torcendo no Tour de France pelo italianinho da Saunier Duval,o Ricardo Riccò, eu vibrava muito por ele : "nossa, que bom, um garoto aí fazendo bonito, sem se dopar" tsk tsk tsk botei meu nariz vermelho e assisti o escândalo da nova droga chamada CERA que os espertões achavam que o Tour não ia pegar porque era uma droga (achavam eles) ainda não identificável. Mas o laboratório já tinha fornecido a nova molécula para o controle anti-dopping sem que ninguém soubesse. Esse ano não teve nenhum caso no Tour de France. Boa notícia.

Ontem ainda comentaram comigo sobre trapaça no esporte, que quem é honesto tem que aguentar os malandrões levarem sua posição no pódium sem ter muito o que fazer. E não há muito o que fazer mesmo, a não ser exigir uma fiscalização mais eficiente nas provas. Só que ainda prefiro perder uma posição no pódium (ou até o pódium inteiro) a perder minha paz de consciência, ela é dura e me acompanha aonde for.

sábado, 3 de outubro de 2009

Falta 1 semana para Kona


Ainda faltam 7 dias (vai se ser dia 10/10) para o campeonato mundial de Ironman no Hawaí, mas já estou na maior pilha....

Os homens que me desculpem, mas esse ano a disputa feminina vai ser o máximo! É que deu a louca na mulherada e elas começaram a pedalar com média de 38.6 km/h e depois correr uma maratona sub 3 horas...tá bom pra você ? Com isso foi uma quebradeira de record feminino do Iron que tá bonito de ver. Tudo por causa de uma inglesinha aí que chegou pra botar fogo em tudo (inclusive nos homens hein ? outro dia ela fechou em segundo no geral - incluindo homens - o triathlon do Alpe D'Huez), é ela, o maior fenômeno de todos os tempos, Chrissie Wellington. Ela elevou os tempos femininos num patamar nunca imaginado : 8h 31min 59seg. Tudo bem que ela estabeleceu esse novo record da distância numa prova (IM Roth - Alemanha) que não faz parte da chancela Ironman, mas so what ? Enfim, só sei que depois que ela apareceu as mulheres começaram a correr atrás do prejuízo e tem pelo menos umas 10 que vão lutar bastante pelo título esse ano :

Chrissie Wellington - inglesa, animal, atual campeã mundial, tem Iron pra 8h31

Yvonne Van Vlerken - holandesa, tem Iron pra 8h46

Bella Comerford - escocesa, venceu 2 Iron na sequencia com tempos abaixo de 9 horas. O último esse ano na Austria.

Sandra Wallenhorst - alemã, tem o record feminino da chancela Ironman (8:47:26)

Rebekah Keat - australiana, chegou em segundo em 2 Ironman que a Chrissie ganhou

Mirinda Carfrae - australiana, debutando no Hawai. Campeã mundial do 70.3 em 2007, chegou em segundo no primeiro Iron que disputou.

Samantha McGlone - canadense, chegou em segundo na primeira tentativa em Kona em 2007

Natascha Badmann - suíça, tem 6 títulos mundiais

Michellie Jones - australiana, tem 1 título mundial e 1 segundo lugar

Se nada de errado acontecer, a Chrissie Wellington ganha. Mas vai ser muito legal ver as outras tentando de tudo pra pegar...

(Rebekha Keat)

Meia Maratona dos Túneis

Pra quem não conhece, Rodolfo Lucena é jornalista, editor do caderno de Informática da Folha, começou a correr em 1998, virou maratonista e hoje em dia é ultramaratonista, roda o mundo todo participando de tudo quanto é corrida.
Ele publicou um post em seu blog sobre a Meia Maratona das Pontes, achei bem interessante...

Faltou Ponte na Meia Maratona das Pontes